quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

desejo com promessa

Um dia desses nunca mais adormecer longe dos meus próprios braços.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

e eu na estação

Às vezes a gente não diz "adeus". Eu nunca fui boa de me despedir, porque eu sempre tive muito medo de estar me despedindo pela última vez. Eu compreendi que as pessoas vão e não voltam ainda quando era muito nova. Entendo que isso pode acontecer de um jeito radical, quando as pessoas simplesmente morrem, ou mais sutil, quando elas não voltam porque mudam, expandem e se tornam algo diferente daquilo que amávamos.
Então eu não disse "adeus", sai de lá sentindo muitas saudades e muito medo também. Mas eu me agarrei com todas as forças do mundo às palavras "eu prometo que eu vou voltar". Isso também eu aprendi nova que pode não ser verdade... Porque a verdade nunca é absoluta, sempre pode deixar de ser verdade em algum momento. Mas ser "verdade" serve pra dar estabilidade à vida. Faz muito tempo que eu entendi a ilusão contida em qualquer verdade, e isso tirou toda a minha capacidade de dar estabilidade a qualquer pessoa ao meu lado.
Como eu não disse adeus, eu simplesmente fiquei ali, parada naquele terminal, olhando pra porta, esperando voltar o que eu sabia que não podia voltar: o tempo.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

mais um ano se passou... etc

O tempo passa numa velocidade que me assusta sempre. Passou mais um ano e eu nem sei dizer se foi tudo assim tão rápido mesmo ou se a compactação das lembranças é que é muito eficiente. (falando com compactação pensando em codificação, como qualquer boa engenheira eletricista haha).
Eu consigo lembrar de ter sentido as mais diversas coisas nesse último ano... sentimentos muito opostos e em intensidades bem diferentes. Entendi um pouco da dinâmica espaço-tempo: um processo aleatório com média nula e que tem um comportamento impossível de modelar. Essa coisa maluca de estar em determinados lugares/situações em tempos específicos...
Descobri que o que me falta pra ser feliz é paciência. Porque as coisas sempre acabam acontecendo, mas não acontecem exatamente quando quero e isso é que confunde todas as minhas vontades. É isso sobre a dinâmica espaço/tempo. Quando eu soube ser paciente, atingi um nível de felicidade que nunca tinha experimentado antes: a felicidade plena.
Muitas vezes eu não soube o que fazer... Mas eu segui meu coração, porque é impossível entender as coisas às vezes.. É impossível mesmo conseguir pensar numa lógica pros sentimentos e pras ironias da vida. Então, agir de acordo com o que meu coração manda faz com que eu não me arrependa. Não me arrependo das coisas que fiz, porque foram sempre tão sinceras e sincronizadas com meus sentimentos, que eu não poderia ter feito diferente sem ser hipócrita...

Em um ano eu conheci mais de mim que nos últimos 24... Conheci coisas boas, que eu não tinha noção que estavam dentro de mim. Quando essas pequenas coisas foram crescendo e ganhando espaço, eu comecei a reconhecê-las nas pessoas, e então vivi uma experiência muito intensa com essa coisa de trocas... Eu nunca tinha me permitido ser exatamente como sou pras pessoas... E nesse último ano a pessoa que eu sou de verdade encantou outras várias espalhadas pelo mundo. Algumas delas me viram por apenas alguns dias, alguns pouquíssimos momentos. Elas permanecem em mim, de um jeito muito forte, nas lembranças desses momentos e na certeza de que eles foram compartilhados, multiplicados... Na certeza de que esses momentos se propagam no que somos, servindo como base nova pra outras construções.

Nesse último ano eu fui absurdamente mais romântica que o normal: sempre fiz questão de falar sobre o meu amor, expressar minha felicidade e minha gratidão diária pelas pessoas com quem convivi.

Eu sofri a perda de um grande amor, vi desaparecerem minhas certezas sobre meu final feliz. Lutei contra a perda, tentei recuperar, entendi que não era possível, briguei muito, sofri mais um pouco, fiquei desiludida, aprendi que deveria deixar partir. Deixei partir, a dor passou.
Eu me apaixonei de novo, senti muito medo de viver a paixão e deixei ela desaparecer sem que fosse notada.
Então, de repente, quando eu fechei os olhos e abri de novo, eu deixei o amor tomar conta de mim mais uma vez.. E eu vivi outro amor, intenso, doce, que me fez acreditar de novo nas certezas todas. E como a vida é irônica demais, no fim do meu ano (assim como foi no anterior), eu sofri por amor outra vez. Dessa vez eu não lutei contra, deixei partir de bom grado, porque desejei felicidade mútua. Mas chorei como uma criança com fome.
Então, aprendi mais milhares de coisas, inclusive que a paciência novamente me salvou. Eu sofri a perda de amores, que vieram e foram, deixando saudades e lembranças cinematográficas... Pelo último eu cultivo um especial desejo de reencontro, uma paciência especial toda feita de carinho e bem querer.

O tempo passou rápido demais, eu vivi mais um ano inteiro, por inteiro, o ano mais intenso da minha vida... Ele chega ao fim com MUITAS saudades, e se sinto saudades é porque fui feliz demais.

terça-feira, 26 de novembro de 2013

eu te amo, desamor.

Eu penso em você. Em tudo de você. Mas eu penso especialmente no amor.
Eu penso em você e penso no quanto eu tenho amor por você. Eu sinto saudades. Sinto isso quase sempre.
Eu penso em você e desejo que meu pensamento te alcance em qualquer lugar, que te arrebate de qualquer tristeza, que te faça pensar em mim de uma forma serena, que te traga uma sincera boa lembrança de mim… E que te faça sorrir enquanto eu choro todas as saudades.
Eu penso que é bom te amar, obrigada por me ensinar.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Eu acredito na completude das coisas. Afinal, toda as variações da ciência evoluiram da filosofia, elas todas juntas concretizam todas as formulações para a percepção humana do funcionamento das coisas.
Então, como uma pessoa formada em engenharia e portanto fadada à necessidade de teorias, teoremas e corolários, preciso das analogias entre o concreto e o abstrato, entre a energia do mundo e a energia humana.
Enfim, acredito na completude: toas as coisas possuem uma formatação completa (algo como uma versão única, inteira). A energia estática mantém as coisas completas, até que perturbações externas desconectam as partes. Isso parte do princípio fundamental de que toda e qualquer energia existe desde sempre, não podendo ser criada uma nova energia, nem destruída uma existente.

E aí que eu me pergunto: se eu me sinto tão incompleta agora, por onde larguei os outros pedaços? De onde vem energia e para onde vai a energia espiritual? Essa coisa nas sensações, dos sentimentos, dos impulsos... De onde? Para onde??????????

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

L.imitações

Quer dizer, não existe um jeito de apagar as ideias, né? Então, o que a gente pensa, tá pensado. E dai que me vem essa memória constante desse passado, que não passa. Que desgaste. Afe.
Eu já cheguei à conclusão de que me atormenta porque eu deixo, porque alimento, porque permito. Depois eu cheguei à conclusão de que permito porque me atormenta. E dai? Qual é o jeito certo de lidar com isso? Ah, pra isso eu não tenho conclusão nenhuma.
Só sei que é essa coisa da memória que me limita em tudo, porque imita. Não é irônico?
Não consigo sentir sem conceituar, nem conceituar sem sentir.
Ai sigo assim, às vezes começo a sentir, o conceito empaca e se contraria, o sentimento muda porque é contrariado, e então adiante.
Mas não adianta.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

e x p i r a ç ã o

Não dá pra condensar em uma matéria só referências a tudo aquilo que é tão aparentemente desconexo, mas que se interliga, sim, pra dar origem ao que chamam de nuvem. A minha, nesse momento, parece estar abarrotada e me faz ver um novo sentido pra o trecho de música que diz "oh, chuva, vem me dizer se posso ir lá em cima pra derramar você".
A minha nuvem feita de detritos deixados pelos suportes ambulantes, abarrotados de pensamentos, que trafegam a uma velocidade exorbitante nesse espaço sobrenatural que chamo de EU. Segmentam-se todos esses pequenos fragmentos de devaneios, originando uma imensa barreira à compreensão.

Respiro fundo, forte, esperando que o ar seja dentro de mim como o vento, espalhando partículas e dispersando vapor.