quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

e eu na estação

Às vezes a gente não diz "adeus". Eu nunca fui boa de me despedir, porque eu sempre tive muito medo de estar me despedindo pela última vez. Eu compreendi que as pessoas vão e não voltam ainda quando era muito nova. Entendo que isso pode acontecer de um jeito radical, quando as pessoas simplesmente morrem, ou mais sutil, quando elas não voltam porque mudam, expandem e se tornam algo diferente daquilo que amávamos.
Então eu não disse "adeus", sai de lá sentindo muitas saudades e muito medo também. Mas eu me agarrei com todas as forças do mundo às palavras "eu prometo que eu vou voltar". Isso também eu aprendi nova que pode não ser verdade... Porque a verdade nunca é absoluta, sempre pode deixar de ser verdade em algum momento. Mas ser "verdade" serve pra dar estabilidade à vida. Faz muito tempo que eu entendi a ilusão contida em qualquer verdade, e isso tirou toda a minha capacidade de dar estabilidade a qualquer pessoa ao meu lado.
Como eu não disse adeus, eu simplesmente fiquei ali, parada naquele terminal, olhando pra porta, esperando voltar o que eu sabia que não podia voltar: o tempo.

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