terça-feira, 23 de junho de 2009

Na quadrada das águas perdidas

Acordei com toc, toc, toc... Casa em reforma.
Ficar na cama, espantando o frio debaixo do coberto, ouvindo toc toc toc me fez sonhar sonhos estranhos.
Sonhei que algum dia em algum lugar alguém se apaixonou por alguém. Depois esse outro alguém tocou o primeiro alguém, que sentiu dentro de si todo um toc toc toc... E daí surgiu o substantivo (toque)... logo depois o desejo criou o verbo.
E daí surgiu eu abraçando o travesseiro e rindo bem idiota, falando toque, toque, toque...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

take on mee

Nesses tempos de desespero a vida atropela o vivante.É perna subindo pra cabeça, olho que bate, merda que sái pela boca, nariz que peida, palavra que o cu obra.Perdi meu vocabulário que já era precário e meu lapis grafite com continha de tabuada.A gente aprende tantos jeitos diferentes pra resolver o mesmo problema que acaba sem saber comoFAAAAAAAZ.
É hora de inverter o processo e remar rio acima.
We keep it up. Intocados por praticamente tudo, como sempre foi.A idade vai tirando o direito de sofrer em paz, de ser imaturo e ameaçar amarrar uma bigorna no pescoço e se jogar num poço.
Maya pode.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

the story of the hurricane

Era uma vez, num tempo muito distante, um mundo encantado cheio de princesas. Para entrar no mundo encantado, era preciso atravessar um buraco negro. Ninguém sabia onde estava esse buraco, apenas aqueles puros de coração recebiam em seus sonhos a visita de fadas que os informavam a localização exata de entradas secretas. Em geral, era preciso cavar o chão para encontrar as portas douradas com grandes cadeados.Em um belo dia, a camponesa Judith voltava para casa após um longo dia de trabalho colhedo frutas na floresta, quando de repente caiu uma tempestade. Judith abrigou-se dentro de um enorme tronco e acabou adormecendo. Enquanto dormia, Judith sonhou que estava deitada sobre uma porta secreta que a levaria à um paraíso inimaginável. Ao término da tempestade, Judith acordou atordoada e num ato de desespero desatou-se a cavar. Suas mãos penetravam violentamente a terra úmida quando inesperadamente tocaram algo sólido. Judith se assustou e observou curiosa a moldura dourada igual a de seus sonhos.Retirou toda terra que cobria o portão, mas ele estava trancado com um enorme cadeado de cobre. Judith entristeceu-se. Onde estaria a chave? Teria ela acordado antes do tempo? Judith então voltou para casa desolada. Passou o fim da tarde separando as frutas que havia colhido, mas não conseguia parar de pensar no portão e nos segredos que estariam escondidos por trás dele. Á noite, Judith foi tomada por uma fervorosa insônia, pois ansiava por dormir e sonhar com o esconderijo da chave.No dia seguinte, Judith, ainda à espera do sono, teve uma idéia. Comprou um machado e lascou no cadeado. Ao empurrar o portão, Judith ouvia os sons de músicas cantaroladas por pássaros. Ela desceu as imensas escadarias que avançavam por trás da passagem secreta. Após uma longa caminhada sem nada conseguir enxergar, Judith foi tomada por um sono profundo, resolvendo então entregar o seu corpo aos batentes fétidos e imundos.
[...to be continued]