terça-feira, 30 de abril de 2013

Aposentamento

Hoje eu me permiti pensar com palavras, sem verdadeiramente precisar dizê-las. Tenho vivido ocupada, mas não com afazeres, trabalho, compromissos, check lists. Não que eu não tenha o que fazer, não que não tenha trabalho, não que não tenha listas enormes a seguir. Mas venho vivendo ocupada demais com as minhas criações fantásticas, que me permitem encontrar o sossego distanciado de algumas verdades.
Então, hoje eu me permiti pensar com palavras, confrontar-me com certas verdades.
Ficou claro que tenho mentido com mantras inacabáveis. Eu me enganei na inocência do suspiro ofegante. Quando, já sem forças pra entender tantos erros passados, preciso ainda lidar com a recorrência de falhas, atitudes egoístas, decisões medíocres.
A verdade simples e deslavada é que meus sentimentos contradizem minhas vontades. Eu não me deparo com sentimentos mais nobres... São sentimentos atordoados, falhos... Por que negar a mim mesma sinceridade?
Não existe um só caminho que pareça fácil entre as opções impostas pela ausência de um amor. Nessas idas e vindas eu me dei conta de que é isso movendo o mundo: histórias de amor... Amores não vividos, amores mal resolvidos, amores inacabados, e os piores: amores acabados. Cada um com sua "pior dor".
E eu aqui me escondendo dessa verdade... A de que é isso que vivo diariamente, essa dor de amor, dor de amar, de não ter.
Em determinado ponto todos os sentimentos se misturam muito... E você já nem sabe o que é amor, o que é saudade, o que é saudosismo, o que é orgulho, o que é frustração, o que é decepção, o que é ciúme, o que é desejo, o que é mimo, o que é vontade, o que é presente, o que é ilusão...
Hoje eu voltei aqui em busca de alguma verdade. Vou acabar sem cerimônias, sem conclusões, porque não finda esse vazio que me espeta como as esporas a um cavalo. Não finda o vazio e como o cavalo eu obedeço seu comando, inquieta, galopando sem saber aonde ele me guia... na esperança de que ele guie.