segunda-feira, 30 de setembro de 2013

e x p i r a ç ã o

Não dá pra condensar em uma matéria só referências a tudo aquilo que é tão aparentemente desconexo, mas que se interliga, sim, pra dar origem ao que chamam de nuvem. A minha, nesse momento, parece estar abarrotada e me faz ver um novo sentido pra o trecho de música que diz "oh, chuva, vem me dizer se posso ir lá em cima pra derramar você".
A minha nuvem feita de detritos deixados pelos suportes ambulantes, abarrotados de pensamentos, que trafegam a uma velocidade exorbitante nesse espaço sobrenatural que chamo de EU. Segmentam-se todos esses pequenos fragmentos de devaneios, originando uma imensa barreira à compreensão.

Respiro fundo, forte, esperando que o ar seja dentro de mim como o vento, espalhando partículas e dispersando vapor.

domingo, 29 de setembro de 2013

vem como um carnaval

Isso das pessoas se esbarrarem só pode ser a má vontade fantasiada de destino.
Veio como um solavanco e me disse tudo só com a existência.
Algumas pessoas nascem e esse é o meu problema com elas.
Fico presa nesses surtos de compreensão, que me fazem compreender sempre algo novo, diferente e divergente da compreensão anterior.
Talvez por essas coisas todas eu tenha sempre me esquivado das decisões.
O que ela quer comigo? Por que veio até aqui?
E então me dou conta de que ela nem veio até aqui, porque já nem era aqui que eu mesma estava. Estava lá, passeando no mundo alheio, cheia de dúvidas palavrinhas condicionais.
Será que?
Depois que passa essa exaltação ao conhecimento, depois que se mata a sede, é possível ainda preferir reservas água ao invés de um copo de cerveja bem gelada? ... Penso que talvez mude algo saber que vou desejar toda a reserva dde água quando a ressaca chegar.
Mas continuo olhando pro copo, que parece me ofuscar.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Sem

Sinto muito, mas estou de passagem. Aqui não posso mais ficar, sigo em frente, sua vida é pequena e eu preciso de mais espaço. Vou me espalhar, sinto muito. Muitos mundos, pessoas. Ainda restam bandeiras a fincar. Sinto muito. Muito e não sei explicar.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Duas pessoas

De repente eu vi a possibilidade de que o amor não seja um sentimento só... Mais ou menos como um daqueles compostos químicos que só existe combinado com outros e, quando você separa, se transforma em outra coisa. Ou como o funcionamento de um órgão, que depende do funcionamento dos outros.
Não é um sentimento só, é um aglomerado de pequenas sensações inexplicáveis, coisas sem nome, que se juntam a outros sentimentos bons e ruins e tornam a coisa toda muito única. É única e independente também, tem sua existência desvinculada do ser por quem se sente amor.
Amor também é mutável, rapidamente se torna outra coisa quando, por qualquer motivo, torna-se um sentimento inútil, não passível de doação. Como quando guardamos em uma caixa fechada algo que só fica bonito sob a luz do sol. Nesse caso, amor vira também uma dor terrível, indicando que só se pode respirar quando o amor é doado para o mundo e que preso ele é auto-destrutivo e também destrutivo.

Amar é aquilo que consegue ser a coisa mais maravilhosa e ao mesmo tempo a mais difícil. Depois que existe amor, é impossível que ele não exista mais e um ser se torna completamente dependente das atitudes de outro. Não existe perigo maior no mundo. Se alguém descobrisse uma arma feita de amor, isso seria pior do que uma arma nuclear. Ainda assim, com todos os seus truques, o amor encanta e aprisiona em uma teia de liberdade feita de ilusões. Então, não existe sequer uma escolha senão amar...

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Teu

Fui
a mando, amando.
amando a mando.
a mando amando.
amando, a mando